
Projetos sobre fontes de luz natural e artificial e sua relação com a vida humana
Segundo o professor Tobias de Assis Ricardo, conectar o ensino da física com a realidade é uma estratégia que contribui para alunos e professores estabelecerem uma relação com conteúdos até então explorados de maneira insatisfatória, mas de imprescindível importância na formação de nossos discentes.
Por Tobias de Assis Ricardo em set 08, 2020
Com este objetivo, foram desenvolvidos quatro projetos de Física Moderna. A culminância dos projetos deu-se numa Feira do Conhecimento aberta ao público, por onde passaram aproximadamente 650 pessoas. Os projetos trabalhados foram: - O uso de películas e de diferentes tipos de vidros para um aproveitamento eficiente da luz solar. - Lâmpadas: qual a mais eficiente, econômica e adequada para os diversos usos e ambientes? - Testando a qualidade e a eficiência de diferentes marcas de lâmpadas LEDs. - Telas LEDs – O que precisamos saber?
As atividades se iniciaram 60 dias antes da feira. Os alunos se organizaram em quatro equipes, e cada equipe escolheu um projeto, começando então as pesquisas. Paralelamente, passou-se ao uso dos espectroscópios e dos aplicativos de celular. De posse dos dados obtidos, os alunos buscaram mais informações para entender melhor os resultados encontrados, relacionando-os com as pesquisas feitas. Foram introduzidos então alguns conceitos de eletricidade, óptica, ondulatória e Física Moderna, assuntos importantes para o trabalho.
Após seis semanas de trabalho, e a duas semanas da feira, os alunos apresentaram suas produções em sala de aula, compartilhando os resultados alcançados, fazendo algumas correções e sugerindo ideias novas. Estavam muito empolgados e orgulhosos em exibir o folder que haviam confeccionado para o dia da feira. As sugestões foram discutidas e adaptadas por eles.
O folder apresentava informações sobre diferentes tipos de vidros e o uso ideal de cada um deles e de que maneira esses materiais afetam a qualidade da luz e a luminosidade que os atravessa. Os alunos chegaram então à conclusão de que as películas usadas nos carros absorvem uma grande parcela da luminosidade, o que pode prejudicar o motorista ao dirigir à noite. Outra conclusão importante foi sobre o vidro fumê utilizado em residências, o qual absorve muita luminosidade, o que pode exigir o uso de lâmpadas mesmo durante o dia. A solução que os alunos deram para quem quer privacidade em casa foi a utilização do vidro fosco ou do vidro liso com película fosca, permitindo que se aproveite o máximo da luminosidade do Sol.
Depoimento do professor Tobias de Assis Ricardo sobre a participação no Prêmio Shell de Educação Científica
O Prêmio Shell de Educação Científica impactou muito positivamente na minha vida, uma vez que fui reconhecido pelo trabalho que desenvolvo nas escolas em que leciono. A repercussão do prêmio me fez referência e exemplo para outros professores e alunos, o que deu mais credibilidade e visibilidade ao meu trabalho.
O prêmio também me estimulou a continuar pesquisando e desenvolvendo projetos inovadores com foco no que os alunos de hoje precisam aprender a fim de que eles contribuam para a construção de uma sociedade melhor.
Uma das dificuldades na elaboração do projeto foi criar um espectrômetro de baixo custo, pois um espectrômetro profissional é relativamente caro. Tive que construir todos os kits utilizados no projeto. Para desenvolver projetos inovadores, é preciso dedicação, estudo e principalmente estar aberto a novas metodologias, sobretudo as ativas, adequando os conteúdos às necessidades e ao contexto dos alunos.
Mini-bio do Autor
Professor Tobias de Assis Ricardo, foi 1º colocado do Prêmio Shell de Educação Científica 2018, na categoria Ensino Médio – Rio de Janeiro. O trabalho foi desenvolvido Colégio Estadual Francisco Portella, município de Natividade (RJ).